15/09/2023 às 13h25min - Atualizada em 19/09/2023 às 18h00min

Ôctoctô e Juliana Valverde fazem show

Lançamento disco Saveiro que homenageia Julio Valverde

Redação

Achiles Luciano
 

Ôctoctô e Juliana Valverde fazem show de lançamento do disco Saveiro, que homenageia o cantor, compositor e cozinheiro baiano Julio Valverde

Terceiro disco do grupo Ôctôctô explora encontro entre música popular e de câmara a partir das canções compostas e interpretadas pela filha, Juliana Valverde, e pelo homenageado. Apresentação acontece no dia 24 de setembro, no Teatro Viradalata

 

Com 15 anos de estrada, o grupo Ôctôctô (@octocto8) estabelece novamente um diálogo entre música popular brasileira e arranjos de câmara originais em seu terceiro disco, “Saveiro” (2023), financiado pelo Programa de Ação Cultural (ProAc) do Estado de São Paulo. O show de lançamento do álbum acontece no dia 24 de setembro, às 19h30, no Teatro Viradalata.

O novo trabalho do grupo homenageia o cantor, compositor e cozinheiro baiano Julio Valverde, que, aos 80 anos, é reconhecido como mestre de cultura popular e guardião da memória da tradição oral. Ele também ficou bastante conhecido como proprietário do saudoso restaurante Soteropolitano, na Vila Romana, que precisou fechar as portas em 2020 por conta da pandemia de Covid-19.

“Saveiro” (2023) reúne 13 faixas compostas por Julio Valverde, interpretadas por sua filha Juliana Valverde, sua neta Bianca Valverde e o próprio compositor. 

As canções tratam de temas como memória, mar, tempo e cotidiano e desenham múltiplas paisagens (praianas, urbanas, inventivas e auto reflexivas), as quais se entrelaçam entre Salvador e São Paulo e dão vazão a novos territórios. As águas de Ilha de Maré, recanto da baía de Todos-os-Santos que é mencionado na canção “Saveiro”, de Julio Valverde, por exemplo, se entrelaçam com as águas de Ilhabela, recanto do litoral paulista que nomeia a canção homônima, de Julio e Juliana Valverde, possibilitando o embarque à recantos outros, sensíveis e imaginários. Assim como as ruas do universo urbano de “Salvador”, canção de Julio e Guilherme Valverde, se encontram com as ruas da cidade de São Paulo em “Purpurina”, canção de Julio e Karmo.

As canções exploram sonoridades que ressoam desses territórios entre mar e cidade. Sobre as composições em que a paisagem marítima se presentifica, Julio comenta “eu sempre busco os caminhos melódicos e harmônicos que se estendam ao infinito, visando o horizonte”. A respeito das composições que tratam da cidade, Valverde reflete: “ ‘Salvador’, por exemplo, traz as marolas, o mar perto, e ‘O samba da preguiça’, o verde, distante”. Para o compositor, as composições “são colagens advindas do ouvir sem fim, ao infinito também”, sendo esse infinito um tempo de contemplação e busca.

Nas mãos dos arranjadores do Ôctôctô, o álbum produzido oferece um retrato da ampla diversidade de gêneros musicais explorados por Julio Valverde em suas composições (samba, baião, lambada, ijexá, entre outros). Os arranjos apresentam grande variedade estética, que demonstram não somente o olhar único de cada arranjador para a obra de Julio, mas também a intensa colaboração musical entre os integrantes do grupo.

O grupo Ôctôctô é formado por Cibele Palopoli (flauta transversal), Luis Santiago Málaga (clarone, saxofones alto, tenor e barítono), Felipe Roque (trompete), Edinaldo dos Santos (trombone), Yuri Prado (guitarra), Márcio Modesto (piano), Rubens de Oliveira (bateria e percussão) e Miguel Antar (contrabaixo acústico).

O álbum, produzido por Yonara Dantas, ainda contou com participações especiais de Aline Fagundes, Nilceia Vicente, Renata Vilela, Ricardo Valverde, Guilherme Valverde e Péri.




 

Sobre o Ôctôctô

Formado por colegas do curso de música da Universidade de São Paulo, o grupo Ôctôctô tem desenvolvido desde 2008 um trabalho consistente com a música instrumental brasileira em arranjos de câmara originais. O grupo procura estabelecer um amplo diálogo entre a música popular e a erudita, que fazem parte da atividade e formação dos seus membros. 

Com mais de 15 anos de carreira, a trajetória do Ôctôctô inclui concertos realizados em centros internacionais de excelência no ensino e divulgação musical, além de espaços de formação oferecidos a jovens de baixa renda –sempre com uma recepção calorosa. O grupo já se apresentou em importantes palcos da Alemanha, Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal e Uruguai enquanto realizava projetos de educação musical nas periferias de cidades brasileiras.

Em 2011, venceu o Programa Nascente, da Universidade de São Paulo (USP), na categoria música popular. O prêmio possibilitou a produção do primeiro álbum de estúdio, “Ôctôctô”, lançado em 2013. Já o segundo disco do grupo é intitulado “Ôctôctô Oito” e foi lançado em 2018 para comemorar o décimo aniversário do grupo. O álbum reflete a experiência e maturidade do coletivo com repertório original, dando continuidade ao trabalho de escrita apurada e de música de câmara dedicada aos gêneros populares brasileiros, além de ampliar sua pesquisa sonora para gêneros como o tango argentino e a polca paraguaia.

Sobre Julio Valverde

Julio Valverde é compositor e cozinheiro, nascido em Salvador (BA) em 1944. Sua produção musical foi registrada em álbuns de artistas como o grupo instrumental Zarabatana, o grupo de choro Naquele Tempo, a banda de samba-rock Pau d´Água, a cantora Bia Góes, além dos seus filhos Guilherme Valverde (violonista e cantor) e Ricardo Valverde (vibrafonista). 

Em 2012, foi convidado pela Rádio Cultura FM de São Paulo para participar do programa Microfone Aberto, no qual apresentou um panorama de sua carreira. Em 2021, foi o protagonista do documentário “Dois Irmãos” (direção de Yuri Prado), sobre o Caruru de Cosme e Damião promovido por ele e sua família no Soteropolitano, restaurante baiano sediado em São Paulo do qual foi cozinheiro e proprietário. 

Em 2023, foi homenageado pelo grupo Ôctôctô com a gravação de um álbum inteiramente dedicado às suas composições. Por conta de sua atuação como compositor e fomentador cultural, foi reconhecido como mestre de cultura e guardião da memória e da cultura de história tradição oral pela 1ª Edição do Prêmio Aldir Blanc de Apoio à Cultura na Cidade de São Paulo (2020).

 

Sobre Juliana Valverde

Nascida em Salvador, Bahia, Juliana mudou-se para São Paulo aos oito anos de idade, onde mora até hoje. Cantora e escritora, formou-se em Letras pela PUC-SP, estudou Canto Popular na antiga ULM-SP e especializou-se em Produção de Textos Literários, pelo ISE-Vera Cruz. Participou da 16ª edição do Festival de MPB de Tatuí, defendendo a sua canção “Amor de outro lugar”, que ficou entre as 20 classificadas no evento, e teve canções gravadas no disco da cantora Bia Goes e no álbum “Bareta”, de Guilherme Valverde. Como cantora, Juliana participou dos discos de Roberto Mendes, Bareta e do cubano Jorge Ceruto, além de se apresentar cantando suas parcerias com o pai, Julio Valverde, junto ao grupo Ôctôctô. Como escritora, atua nos gêneros de poesia, letra de canção e prosa. Foi contemplada com a Bolsa de criação literária – Poesia do ProAC 2014 para desenvolver seu primeiro livro de poesia “Entre dois ou mais espaços brancos” e esteve como finalista no Prêmio Sesc Literatura 2014, na categoria Contos Infantis Monteiro Lobato, tendo seu conto infantil “Almoço em casa de Manuela é sempre uma novela” sido selecionado para a coletânea a ser publicada em 2015. Atualmente é doutoranda em literatura pela PUC-SP.

 

Serviço

Show de lançamento do disco Saveiro (2023), com Ôctôctô + Julio Valverde

Quando: 24 de setembro, às 19h30

Teatro Viradalata - Rua Apinajés, 1387, Sumaré, São Paulo, SP

Ingressos: Gratuitos

 


 

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