Bredo, tradição no almoço de Páscoa dos pernambucanos, reforça ganho dos agricultores

Ele é o campeão de vendas no Ceasa do Recife na Semana Santa: são 110 toneladas de bredo para abastecer feiras, quitandas e mercados. Almoço de Páscoa dos pernambucanos tem hortaliça pouco conhecida do restante dos brasileiros
Nessa época do ano, uma hortaliça faz a alegria do almoço de Páscoa dos pernambucanos e reforça os ganhos de agricultores.
Ele é o campeão de vendas no Ceasa do Recife na Semana Santa: são 110 toneladas de bredo para abastecer feiras, quitandas e mercados.

O vendedor Manoel Pereira da Silva vendeu 4 mil maços que trouxe do sítio e ficou rindo à toa. O ambulante João Ferreira garantiu a verdura que não pode faltar nesta época na mesa do pernambucano.
"O preço está bom: R$ 3. Todo mundo faz o peixe de coco e o bredo de coco para comer", destaca.
O bredo dá em uma espécie de arbusto e, nessa época do ano, acompanha os pratos da Páscoa. Tem bredo com peixe frito, com bacalhau; sempre no molho de coco.
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O bredo é uma planta cheia de mistério. Ninguém sabe dizer ao certo como ela foi parar no cardápio da Semana Santa e nem porque ela desaparece assim que este período acaba. Certeza mesmo é a força desta tradição. Para não faltar bredo na mesa dos pernambucanos, as plantações se multiplicam ano após ano.
E, nessa época, o pessoal do campo trabalha um bocado. Na quaresma, o bredo é a hortaliça mais cultivada nos sítios em Pernambuco. Em Vitória de Santo Antão, um dos maiores produtores de verduras e legumes do estado, a verdura da Semana Santa está sendo festejada.
"Esse ano foi um dos melhores dos últimos dez anos", comemora José Ramom Ferreira da Silva, presidente da Associação dos Moradores do Sítio Oiteiro.
O agricultor Elizeu Dias dos Santos planta bredo desde menino. Aprendeu com o pai, que aprendeu com o avô. Ele botou a maior fé e dobrou a produção; vai colher o equivalente a 30 mil maços. "O preço vem ajudando e a gente vem reforçando a plantação", conta.
É tanto bredo que 25 trabalhadores foram contratados para ajudar na colheita. Gerlane Maria da Silva vem buscar a renda extra na plantação: "Aumenta mais o trabalho para os trabalhadores. É bom; é ótimo o serviço".
Seu Josê Cândido, de 66 anos, estava firme e forte na colheita pensando no almoço da Páscoa. "É um negocinho para ajeitar o peixe, né? O peixe tem que sair do bredo, né?", diverte-se.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/04/16/bredo-tradicao-no-almoco-de-pascoa-dos-pernambucanos-reforca-ganho-dos-agricultores.ghtml